quarta-feira, 1 de março de 2017

Doutrina maçônica e a ética do obreiro: Consciência Maçônica

Por Arthur Feitosa Vieira Monteiro, 20/01/2017

A maioria das iniciações induz ao iniciando uma passagem de um mundo mais externo para um mundo mais interno. No caso da maçonaria, o maçom pode ser iniciado do contexto material, desprovido de consciência maçônica para o espiritual para a aquisição de uma consciência maçônica.

Percebe-se então, o iniciando, um sentimento que lhe é permitido vivenciar, experimentar e compreender vários aspectos do seu mundo interior. Com passagens, que põe à sua escolha de forma individual, o que é moralmente certo ou errado, que conduz ao florescimento do seu senso íntimo, ou seja, da sua consciência.

Após adentrar aos mistérios da maçonaria, apresentam-se alguns ensinamentos que ressaltam os males da humanidade que comumente se apresentam como o: da hipocrisia, do vício, da perfídia, do erro, do fanatismo, da ambição, da corrupção, da vaidade.

Assim para tratar os males da humanidade, o maçom passa a construir a consciência maçônica com algumas ferramentas na qual se facilita a conexão com o Ente Supremo para proporcionar a felicidade.

A melhor definição da consciência, que apoia a linha deste trabalho, é a do dicionário Etimológico do Mestre Maçom Castellani, citado por (TRISTÃO, 2016): “Castelani (1991, v. 1, p. 128), no Dicionário Etimológico Maçônico, define: Consciência é, entre outras coisas, o julgamento íntimo, pelo qual o espírito humano aprova as boas ações e reprova as más; é o apego aos princípios da honra, da probidade”.

Pode-se considerar como base da doutrina maçônica, que as ferramentas utilizadas para reforçar os princípios morais são: a beneficência, a ética, a fortaleza, a humildade, a justiça, a lealdade, a liderança, a perseverança, a prudência, a serenidade, a temperança e a tolerância. Estes princípios podem ser indiretamente encontrados na legislação primaz da maçonaria moderna, (TRISTÃO, 2016): “Cabe destacar que a doutrina maçônica está disponível nos Landmarks, consolidados por Mackey, e na Constituição de Anderson.”

A maçonaria estabelece uma doutrina baseada na ética baseada nos princípios filosóficos e religiosos que vem sendo aperfeiçoado na linha do tempo. Com o trabalho dos seus afiliados, há uma transformação no comportamento individual, que proporciona um bem-estar entre os seus confrades, com a família e aplicada em diversos ramos da sociedade, tais como política e economia. No dia a dia, a comunidade norteada pela razão, julga o caráter moral de cada pessoa, que reflete um modelo de convivência para promoção da harmonia e do progresso entre todos.

Podemos resumir as virtudes maçônicas em Ética, Moral, Justiça, Liberdade e Consciência que são amplamente discutidas nos contextos filosóficos desde a antiga Grécia.

Encontramos a definição da Ética que define como o caminho do bem e da felicidade em (VASCONCELOS, 2010): “A Ética questiona valores a partir do modo de ser de um determinado povo, de uma determinada cultura. Está intimamente ligada à busca do bem e da felicidade. Em outras palavras, estuda o comportamento moral do ser humano e a sua ação reta.” A maçonaria sugere que a construção do caráter moral de um maçom tenha como uma das finalidades o caminho do bem e da felicidade pessoal e a ser compartilhada com a sociedade.

Quanto a moral, não se restringe apenas aos adeptos das religiões, mas a todos que convivem numa sociedade, e para uma boa convivência são definidas as regras para que as ações sejam previamente acordadas e determina os seus deveres e direitos. Neste caso cada indivíduo passa a responder por seus próprios atos e suas próprias escolhas e suas possíveis consequências determinadas na regra moral.

A justiça pode ser percebida como o de cada pessoa receber aquilo que lhe é devidamente devido. Sendo assim as leis possuem no princípio uma ligação com o divino e as primeiras leis mais conhecidas foram os 10 mandamentos que estabeleciam um comportamento moral. Pois definia o que era o bem e o mal para que a pessoa pudesse realizar sua escolha e suas consequências.

Liberdade é o direito do indivíduo ter a escolha com base na ética sob as regras morais.

A consciência do homem o diferencia dos outros animais. O Homem pode acumular informações, conhecimentos e experiências sobre tudo o que passa com ele. O ser humano pode pensar sobre si, sobre a sua existência, pode questionar o motivo de estar neste mundo, pode questionar sobre a morte, sobre a vida, enfim, pode pensar e questionar sem limites de tempo e espaço. Com a consciência o homem tem inúmeras possibilidades de escolha e de pensamentos. Descartes dizia: “Penso, logo existo”. O pensamento faz com que o ser humano tenha a consciência da sua existência.

A consciência adquirida pelo maçom assemelha-se a mesma consciência adquiridas por não maçons com os exercícios do progresso espirituais propostos por várias religiões. Porém o alicerce filosófico tradicional permite com mais facilidade compreender a formação da consciência com os conceitos de ética, moral, justiça e liberdade.

A maçonaria forma a consciência maçônica de um maçom, apresentando-lhe constantemente através de alegorias, símbolos e mensagens filosóficas os conceitos de ética, moral, justiça e liberdade.
O maçom de posse de ferramentas da doutrina maçônica, e com bastante prática, facilita o trabalho filosófico e simbólico da autolapidação moral e aprimoramento da sua consciência.

Desta forma o maçom adquire o modelo moral de como deve se portar, de como pensar e de como agir. Portanto cabe a ele a Liberdade da construção da consciência do real dever maçônico de como se portar individualmente, coletivamente para trilhar o caminho do bem em busca da felicidade.

REFERÊNCIAS
-VASCONCELOS, Ana – Manal compacto de filosofia- São Paulo- SP – Editora Rideel, 2010
- TRISTÃO, Gilberto - Filosofia e Doutrina Maçônicas – Brasília – DF, Editora UnyLeya – 2016.


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