Por Arthur Feitosa Vieira Monteiro, 20/01/2017
A maioria das iniciações induz ao iniciando uma passagem de um
mundo mais externo para um mundo mais interno. No caso da maçonaria, o maçom
pode ser iniciado do contexto material, desprovido de consciência maçônica para
o espiritual para a aquisição de uma consciência maçônica.
Percebe-se então, o iniciando, um sentimento que lhe é permitido
vivenciar, experimentar e compreender vários aspectos do seu mundo interior.
Com passagens, que põe à sua escolha de forma individual, o que é moralmente
certo ou errado, que conduz ao florescimento do seu senso íntimo, ou seja, da
sua consciência.
Após adentrar aos mistérios da maçonaria, apresentam-se alguns
ensinamentos que ressaltam os males da humanidade que comumente se apresentam
como o: da hipocrisia, do vício, da perfídia, do erro, do fanatismo, da
ambição, da corrupção, da vaidade.
Assim para tratar os males da humanidade, o maçom passa a
construir a consciência maçônica com algumas ferramentas na qual se facilita a
conexão com o Ente Supremo para proporcionar a felicidade.
A melhor definição da consciência, que apoia a linha deste
trabalho, é a do dicionário Etimológico do Mestre Maçom Castellani, citado por
(TRISTÃO, 2016): “Castelani (1991, v. 1, p. 128), no Dicionário Etimológico
Maçônico, define: Consciência é, entre outras coisas, o julgamento íntimo, pelo
qual o espírito humano aprova as boas ações e reprova as más; é o apego aos
princípios da honra, da probidade”.
Pode-se considerar como base da doutrina maçônica, que as
ferramentas utilizadas para reforçar os princípios morais são: a beneficência,
a ética, a fortaleza, a humildade, a justiça, a lealdade, a liderança, a perseverança,
a prudência, a serenidade, a temperança e a tolerância. Estes princípios podem
ser indiretamente encontrados na legislação primaz da maçonaria moderna,
(TRISTÃO, 2016): “Cabe destacar que a doutrina maçônica está disponível nos Landmarks,
consolidados por Mackey, e na Constituição de Anderson.”
A maçonaria estabelece uma doutrina baseada na ética baseada nos
princípios filosóficos e religiosos que vem sendo aperfeiçoado na linha do
tempo. Com o trabalho dos seus afiliados, há uma transformação no comportamento
individual, que proporciona um bem-estar entre os seus confrades, com a família
e aplicada em diversos ramos da sociedade, tais como política e economia. No
dia a dia, a comunidade norteada pela razão, julga o caráter moral de cada
pessoa, que reflete um modelo de convivência para promoção da harmonia e do
progresso entre todos.
Podemos resumir as virtudes maçônicas em Ética, Moral, Justiça,
Liberdade e Consciência que são amplamente discutidas nos contextos filosóficos
desde a antiga Grécia.
Encontramos a definição da Ética que define como o caminho do bem
e da felicidade em (VASCONCELOS, 2010): “A Ética questiona valores a partir do
modo de ser de um determinado povo, de uma determinada cultura. Está
intimamente ligada à busca do bem e da felicidade. Em outras palavras, estuda o
comportamento moral do ser humano e a sua ação reta.” A maçonaria sugere que a
construção do caráter moral de um maçom tenha como uma das finalidades o
caminho do bem e da felicidade pessoal e a ser compartilhada com a sociedade.
Quanto a moral, não se restringe apenas aos adeptos das religiões,
mas a todos que convivem numa sociedade, e para uma boa convivência são
definidas as regras para que as ações sejam previamente acordadas e determina
os seus deveres e direitos. Neste caso cada indivíduo passa a responder por
seus próprios atos e suas próprias escolhas e suas possíveis consequências
determinadas na regra moral.
A justiça pode ser percebida como o de cada pessoa receber aquilo
que lhe é devidamente devido. Sendo assim as leis possuem no princípio uma ligação
com o divino e as primeiras leis mais conhecidas foram os 10 mandamentos que
estabeleciam um comportamento moral. Pois definia o que era o bem e o mal para
que a pessoa pudesse realizar sua escolha e suas consequências.
Liberdade é o direito do indivíduo ter a escolha com base na ética
sob as regras morais.
A consciência do homem o diferencia dos outros animais. O Homem
pode acumular informações, conhecimentos e experiências sobre tudo o que passa
com ele. O ser humano pode pensar sobre si, sobre a sua existência, pode
questionar o motivo de estar neste mundo, pode questionar sobre a morte, sobre
a vida, enfim, pode pensar e questionar sem limites de tempo e espaço. Com a
consciência o homem tem inúmeras possibilidades de escolha e de pensamentos.
Descartes dizia: “Penso, logo existo”. O pensamento faz com que o ser humano
tenha a consciência da sua existência.
A consciência adquirida pelo maçom assemelha-se a mesma
consciência adquiridas por não maçons com os exercícios do progresso
espirituais propostos por várias religiões. Porém o alicerce filosófico
tradicional permite com mais facilidade compreender a formação da consciência
com os conceitos de ética, moral, justiça e liberdade.
A maçonaria forma a consciência maçônica de um maçom,
apresentando-lhe constantemente através de alegorias, símbolos e mensagens
filosóficas os conceitos de ética, moral, justiça e liberdade.
O maçom de posse de ferramentas da doutrina maçônica, e com
bastante prática, facilita o trabalho filosófico e simbólico da autolapidação
moral e aprimoramento da sua consciência.
Desta forma o maçom adquire o modelo moral de como deve se portar,
de como pensar e de como agir. Portanto cabe a ele a Liberdade da construção da
consciência do real dever maçônico de como se portar individualmente,
coletivamente para trilhar o caminho do bem em busca da felicidade.
REFERÊNCIAS
-VASCONCELOS, Ana – Manal compacto de filosofia- São Paulo- SP –
Editora Rideel, 2010
- TRISTÃO, Gilberto - Filosofia e Doutrina Maçônicas – Brasília –
DF, Editora UnyLeya – 2016.
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